sábado, 15 de dezembro de 2012

Brasil: Muito se fala em renovação do vôlei feminino, mas...


Muito se fala em renovação do vôlei feminino brasileiro, mas... Será mesmo que temos tanto espaço assim para jovens jogadoras?

Vamos puxar um pouco na memória. Após o ouro em Pequim, sabíamos que 4 atletas estavam deixando a seleção (Carol, Fofão, Valeskinha e Walewska). O que fez muitos pensarem que teríamos 4 vagas para "novas jogadoras" em Londres. Não foi o que aconteceu, Mari enfrentou problemas pessoais e de lesão, enquanto Sassá se lesionou na primeira semana de treinos do ano olímpico e daí não recuperou seu melhor ritmo de jogo a tempo de Londres. Sendo assim, Tandara e Natália estavam lá para substituir. A grande questão é se teremos tantas vagas assim para as Olimpíadas de 2012. Em termos de idade, Dani Lins, Tandara, Thaisa, Natália, Fernanda Garay, Adenízia e Fabiana ainda podem continuar, enquanto Jaque e Sheilla, que estarão um pouco mais velhas, demonstram um interesse enorme de seguir no time. Sendo assim, contando que essas atletas estejam no Rio em 2016, sobram apenas três vagas, uma na ponta, outra para líbero e uma levantadora, já que Paula, Fabi e Fernandinha não devem aguentar mais um ciclo e já deram indícios de que não devem continuar. 

Camila Brait será a líbero se manter esse altíssimo nível de atuações que vem tendo em Osasco. Aos poucos ela vai se moldando e ganhará experiência durante este ciclo olímpico, assim como aconteceu com Fabi a partir de 2005. Como levantadora, temos nomes como o de Claudinha, Juliana Carrijo, Ana Tiemi e Roberta. Nas pontas, temos Ju Nogueira, Pri Daroit, Gabi, Suelle, Ingrid e Ellen são nomes que agradam ZRG, mas creio que essas meninas estão sendo mais preparadas para 2020 do que para 2016, quando realmente teremos uma grande renovação.

Resolvi montar esse post para expor meu ponto de vista em relação a renovação. Temos grandes jogadoras que poderiam fazer a diferença, mas vão precisar de muito trabalho para desbancar as campeãs e bicampeãs olímpicas da atualidade, o que não será tarefa fácil. No meio de rede por exemplo, temos 3 atletas que estão com toda certeza entre as 3 melhores do mundo, enquanto jovens como Angélica, Bia, Letícia Hage e Carla vão aparecendo pelos clubes no Brasil. Mas vão conseguir vaga onde? Talvez para Grand Prix, Mundial, que não são apenas 12 atletas, mas não em uma olimpíada inicialmente.

Com tudo isso, tiro a conclusão de que não teremos uma grande renovação, mas sim jogadoras a serem testadas no ano de 2013. Entretanto, as outras precisam ser preparadas, pois da mesma maneira que aconteceu com Mari e Sassá, que até no ano anterior de Londres eram "nomes certos" na lista de Zé, pode acontecer com as atletas cotadas para disputar os jogos em casa.

7 comentários:

  1. Muito bom o texto, e concordo com voce, o bom é ver que o Brasil tem pelo menos uma base para uma seleção após a olimpíada no Brasil. Se tirarmos como base a seleção que voce montou para 2016, para próxima olimpíada (2020), ainda poderíamos, contar com algumas jogadoras de 2016, e já teríamos novas jogadoras (como a bia central SESI, ou a Gabi Unilever ponteira, a própria levantadora do praia etc.) boas jogadoras para 2020, isso claro, que estamos prevendo que todas as jogadoras mantenha o mesmo nível.
    Agora uma pergunta ao blog, que acompanha o vôlei e tem um conhecimento mais técnico do que eu, a Tandara pra 2016 (ou 2020) iria para a olimpíada com ponteira ou oposta? Na opinião do blog onde ela joga melhor?

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    1. Pois é, o que vai acontecer é o encaixe de novas pessoas e meninas brigando por vaga, assim como a Joycinha, Regiane, Tiemi e outras meninas fizeram durante todo o ciclo.

      Bom, eu gosto muito da Tandara, acho ela muito boa no ataque e está se reencontrando na Superliga. O ataque para ela não é problema, ela o faz bem tanto na entrada quanto na saída. O bloqueio também é bom nas duas posições. O que pesa mesmo é o passe dela, que não é muito bom, mas em alguns jogos ela se saiu muito bem nesse fundamento. Eu apostaria ela na saída para o ano que vem, já que a Sheilla não jogará ano que vem na seleção, mas para o restante do ciclo, depende muito do rendimento dela na ponta, afinal, ela tem 4 anos para crescer no passe e em todo sistema defensivo. Eu só não sei se ela teria vaga no time titular caso a Sheilla continue jogando. Mas repito, 4 anos é muito tempo e muita coisa pode acontecer entende? Principalmente se ela resolver se efetivar como oposta nos clubes, que é a posição que ela se diz mais confortável para jogar. Minha preferência para ela para 2016 é como ponteira, com pouca responsabilidade no passe.

      Obrigado pelo elogio sobre o texto, fico feliz que tenha gostado. ;)

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  2. A Renovação para Seleção Brasileira vai dar o que falar, pois ao mesmo tempo que temos excelentes candidatas como: Gabi, Suelle, Ju Carrijo, Roberta, Andresa, Natasha, Daroit e outras precisamos saber a hora exata para esta. A renovação precisa acontecer e precisa acontecer agora. Afinal temos o Mundial de 2014 e Rio 2016 por aí, e muito trabalho precisa ser feito. Para o GP2013 apenas Jaque do ciclo mais antigo deve ficar, Dani Lins, Tandara, Brait e Garay devem assumir este posto junto á ela. Esta base fica para poder passar os conhecimentos as novatas sei que ainda temos Adenizia, Fabizona, Thaísa, Sheilla e Paula que dispensam comentários, são excelentes e atualmente as melhores do mundo! Mas em 2016 se ficarmos com esta base, teremos todas as jogadoras acima dos 30. E temos como exemplo a Itália em Londres que levou sua seleção apenas com as melhores: Lo Bianco, Gioli, Del Core, CostaGrande, Piccinini e Croce... todas excelentes e acima dos 30. Pegam uma 4final com um time jovem e motivado como a Coréia e deu no que deu... não queremos que isso aconteça com nós em 2016. Nossas meninas já provaram serem as melhores do mundo 2 vezes e tem de saber a hora de encerrar a carreira pelo menos em nível de seleção. Humildade faz parte do grande profissional e a hora de encerrar é sempre no mais alto nível. Vejam a seleção da Rússia esse ano estava comuma base jovem em Londres e ótima... levaram 3 antigas onde 2 tiveram problemas com passe como a Artamonova e Gamova, apenas Sokolova foi excelente e rendeu 1.001%. Acho que a Jaque pode ser nossa Sokolova em 2016. Particularmente não gosto do Zé Roberto mas temos que avaliar que seu trabalho é excelente, mostrou que tem peito pra pegar mais um ciclo. Renovar não é fácil, mas é preciso!!! Abs Danilo Kalú

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    1. Não acho que apenas essas jogadoras vão ficar. Thaisa e Adenízia terão 29 anos em Londres, e não mais de 30. Apenas Fabiana, Sheilla e Jaque que vão ter passado desta idade, por isso tenho quase certeza que teremos poucas mudanças desse time que esteve em Londres (se todas mantiverem o alto rendimento), principalmente porque das que você citou, apenas Natasha (que terá mais de 30 em Londres), Pri Daroit e Ju Carrijo estão tendo experiência como titular em seus clubes. Não dá para ficar levando atleta sem experiência para uma Olimpíada.

      PS: Só não vamos esquecer da Natália, que tbm será uma das bases do Brasil para Londres ;)

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  3. Excelente texto! Algumas poucas considerações, se me permite. Não sei se com o Zé Roberto essa renovação acontecerá, é verdade que novas jogadoras devem entrar no decorrer do ciclo, mas como ele é meio tendencioso, devem ser as suas jogadoras do Amil (basta olhar pra seleção B). O Zé é excelente, isso é fato incontestável, entretanto seus erros no decorrer do último ciclo em especial em 2012, deveriam fazer a CBV pensar mais um pouco na sua renovação. Talvez uma inversão entre o Zé e o Bernardo seria mais interessante. Por enquanto são os melhores nomes, acho que o Luizomar pode ser uma aposta também pra 2020.

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    1. A renovação acontecerá assim como em 2009, algumas peças novas vão se encaixar no elenco e as mais antigas na seleção passam a ter mais responsabilidade. Creio que não será algo tão modificador.

      Acho que o Zé fez certo de contratar meninas interessantes no Campinas, pois mais vale elas treinando com ele e pegando dicas valiosas do que ir para qualquer clube, com treinador ruim, ou até mesmo no exterior, onde as coisas não são tão fáceis como aqui.

      Acho que a inversão de técnicos não seria o ideal. Sou do tipo que "não muda em time que está ganhando". Fomos ouro nas duas olimpíadas do feminino e no masculino ainda falta material humano para conseguirmos o mesmo feito.

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