A seleção russa conquistou sua primeira medalha da história desde a dissolução da União Soviética na década de 1990. E este ouro veio de uma partida que ficará para história do voleibol mundial. Certeza absoluta que daqui alguns anos, esse momento será lembrado. Foi um jogo digno de final, eletrizante, nervoso em alguns momentos, mas com garra e determinação das duas equipes. No dois primeiros sets, o Brasil atropelou. Parecia que seria um jogo fácil e que era questão de tempo para colocar o ouro no peito. No terceiro set, o técnico Alekno, que teve muitas dificuldades com seus ponteiros, colocou em quadra uma formação inusitada. O oposto Mikhaylov foi para a posição de ponteiro e o central Muserskiy, que no meio de rede tinha apenas 4 pontos, foi para a saída de rede e fez história. Com apenas 24 anos e seus 2,18 m, Muserskiy teve um recorde de pontuação e marcou 31 vezes, liderando seu time para a vitória. Ele já havia atuado na posição em seus tempos de juvenil e para ter mais oportunidades na seleção russa e também em seu clube. Desequilibrou. Parabéns a vitória e conquista do título inédito para todos os jogadores e comissão técnica. Sobre o Brasil, estou chateado principalmente pela maneira que aconteceu, de virada. Entretanto, temos que ressaltar a bela companha não só nessas Olimpíadas, mas sim de todos esses anos que a seleção esteve no comando de Bernardinho. Essa geração de Giba, Ridrigão, Sidão, Murilo, Ricardinho, Serginho e Dante inspiraram o mundo do voleibol. Sou fã desses caras, por tudo que representaram na minha vida, pois com eles ative vontade de vibrar, torcer incondicionalmente e gritar por cada bloqueio, cada defesa, cada ponto. Queria sim uma despedida (da maioria desses jogadores citados) com ouro, mas não será possível. Deixo aqui a minha gratidão por tudo que vocês representaram na minha vida pessoal e também de vários admiradores do voleibol mundial. Parabéns.
Brasil 2 x 3 Rússia (19/25, 20/25, 29/27, 25/22 e 15/09) - Estatísticas
Muserskiy 31 e Mikhaylov 17 pontos; Wallace 27 e Murilo 18 pontos.
+ fotos:
Foi mesmo um jogo incrível! Fico triste pelo Brasil, mas nem sempre somos os melhores. E pra completar, o Brasil não tinha banco pra poder reagir... paciência! E vamos parar com esta bobagem de achar que a gente vai ganhar tudo, e não reconhecer quando o adversário foi melhor. O Muserskiy tirou leite de pedra ontem. Foi maravilhoso ver como um meio de rede conseguiu se tornar um oposto eficientíssimo e encerrar o jogo com 31 pontos. Colocou o Brasil no bolso! Parabéns para a Rússia, e para o seu blog, sempre bem escrito e educado!
ResponderExcluirPois é, não é que o Brasil jogou mal, mas sim os russos que passaram a jogar acima da média. Muserskiy detonou o jogo e Mikhaylov cresceu junto com o time. O Bernardinho optou pela experiência ao invés de alguns jovens, como o Lucarelli, longe de mim de discordar, mas pagamos por optar pelos que estavam piores fisicamente. Giba, Dante, Vissotto e Rodrigão são provas vivas disso.
ExcluirObrigado pelos elogios, fico muito contente que esteja gostando! Volte sempre Debora, beijos.
O Muserskiy vai "tomar" o lugar do Mikhaylov? Pq literalmente foi impressionante a naturalidade que ele jogou como oposto...ele fez miséria rs - uma pena para nós, mas convenhamos só tínhamos 2/3 peças à disposição de nível no banco, do tipo que não tínhamos poder de reagir e tirar o coelho da cartola assim como o Alekno fez...como vcs bem disseram pagamos o preço por levar alguns atletas apenas pelo histórico (e não adiantou Giba ir de "bigodom" e fazendo cara de mal ao ser bloqueado, ninguém estava com medo dele)...alegria no sábado e tristeza no domingo...o jeito é renovar as energias, repor as peças que estão saindo de cena, de preferência com altura acima dos 2,10m para mantermos o título no Mundial-2014 e quem sabe na busca pelo Ouro em casa em 2016 rs.
ResponderExcluirAcho que o Muserskiy vai seguir jogando como central. O Mikhaylov é um oposto incrível e jovem, ou seja, ainda tem muita para dar para a seleção russa, mas na final foi muito visado pelo bloqueio e defesa do Brasil. Ainda sobre o Muserskiy, ele era um bom oposto na época de juvenil, mas resolveu mudar de posição para ter mais chances na seleção e também em clubes... Ele realmente fez uma grande partida, mas muito em função de ter nos pegado de surpresa.
ExcluirA comissão técnica não tinha nenhuma informação sobre as tendências dele no ataque (essa estatística é feita para cada atacante da seleção adversária), até pq a última vez que jogou de oposto, pela seleção da Rússia, foi no juvenil.
A renovação deve acontecer, mas é pensar "alto demais" (literalmente, res...) em só querer jogadores com altura elevada. Temos bons talentos que mesmo sem ser gigantes, tem uma boa envergadura e devem ser destaque para o próximo ciclo olímpico.