E o improvável, aconteceu. Começo essa postagem retirando várias coisas que disse, entre elas de que o Brasil, do jeito que estava jogando inicialmente, brigaria por bronze. Fui, felizmente, surpreendido. Brasil é Brasil. Essas meninas foram guerreiras, e diferentemente de Pequim, quando o Brasil perdeu apenas 1 set em toda a competição, tivemos um ano muito conturbado, de cortes polêmicos, falta de confiança em certos momentos, até que a "Nova Era" começou, dentro dos Jogos Olímpicos. As meninas se uniram e lembraram: Somos as atuais campeãs olímpicas e queremos essa medalha outra vez. Com a confiança renovada, vieram as incríveis vitórias contra China, Sérvia, Japão e Rússia. Destaque para a levantadora Dani Lins, que além de ter saído do fundo do poço neste ano (era apenas a terceira opção no levantamento), conseguiu se recuperar emocionalmente e passou a puxar o time e atuar como líder. Certeza de que não teremos mais problemas na posição no próximo ciclo. Dani Lins é o nome dela, e ela veio para comandar esse time. Me emocionei quando Fabi abraçou a nossa levantadora forte e disse: "Você cresceu muito! Comanda essa porra". Chegou a sua hora, Dani. Você merece muito, e será nossa maestra nos próximos anos. Quero também me redimir com Zé Roberto Guimarães. Em alguns momentos as convocações de Tandara, Fabi e Natália não fizeram sentido para mim. Hoje, elas fazem. Tandara precisou desta experiência. Muito provavelmente ela deve figurar nos times titulares do Brasil para a próxima temporada. Em alguns momentos, mostrou personalidade e será uma das grandes apostas do ciclo. Natália é jogadora de grupo, muito querida, e sua presença em quadra fez muito bem. Por várias vezes a ponteira deu dicas e colocou suas companheiras para cima, quando vitórias pareciam improvável. Seus saques foram eficientes, e Natália, assim como Tandara, devem ser apostas para 2016. Precisamos delas com essa experiência vivida. A mais criticada por mim foi Fabi. Começou muito mal, espirrando passes e defesas, e no momento de crescimento do Brasil, soube comandar suas adversárias e se agigantou na defesa, junto com Jaque. Incrível a presença de Fabizinha... Realmente de encher os olhos. Peço desculpas, mais uma vez e elogio o técnico Zé Roberto Guimarães, que ajudou essas meninas a chegarem no topo pela segunda vez consecutiva. Nós merecemos. Sobre o jogo, o Brasil começou respeitando demais no primeiro set e errou 8 vezes na parcial. A vitória parecia improvável e mais uma vez, com muita superação (principal característica do time na competição), as meninas foram pra cima, lideradas por Jaqueline e Fabiana na segunda parcial. As duas, que não estavam sendo destaque, cresceram no momento mais importante e surpreenderam os EUA, que visivelmente não sabiam como marcá-las no bloqueio e defesa. Com Dani Lins mais solta, o jogo começou a fluir, e em todos momentos fomos superiores aos EUA, e daí foi só jogar ponto a ponto para poder soltar as lágrimas e comemorar o ouro. As americanas sofreram muito no passe com a líbero Davis e ponteiras Hodge e Larson, que se alternaram no jogo, e consequentemente os erros passaram a aparecer. Berg mostrou que está longe de ser uma das melhores levantadoras do mundo, e na pressão, distribuiu bolas "inatacáveis". Com a derrota, o time americano deve ter se arrependido amargamente de "classificar o Brasil" e também de alguns cortes, entre eles da central Heather Bown. Faltou experiência para Harmotto hoje, em especial no bloqueio. Por várias vezes, a camisa 13 ficava perdida com a excelente distribuição de Dani Lins. Agora é comemorar e vibrar com essas meninas pelo ouro. Parabéns Dani Lins, Fernandinha, Fabi, Sheilla, Tandara, Jaque, Paula, Natália, Fê Garay, Adenízia, Thaisa e nossa capitã Fabiana, além de toda comissão técnica. Termino de escrever a postagem com lágrimas, de felicidade, nos olhos.
Brasil 1 x 3 EUA (11/25, 25/17, 25/20 e 25/17) - Estatísticas
Jaqueline 18 e Sheilla 15 pontos; Hooker e Tom 14 pontos cada.
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